07/09/2024 – A Igreja tem a Bíblia como a regra suprema da fé católica

O presente mês de setembro é, tradicionalmente na Igreja Católica no Brasil, o mês da Bíblia. Neste ano, “As comunidades são convidadas a refletirem sobre o Livro de Ezequiel iluminadas pelo lema ‘Porei em vós meu espírito e vivereis'” (cf. Ez 37,14). Iniciemos nossa reflexão tendo presente as leituras bíblicas da santa Missa deste segundo domingo de setembro:

– No Evangelho de São Marcos 7, 31-37 Jesus cura um homem surdo e mudo: “Levando-o a sós para longe da multidão, Jesus colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e, com a saliva, tocou a língua dele. Depois, olhando para o céu, suspirou e disse: ‘Éfatá!’. Imediatamente, abriram-se-lhe os ouvidos e desprendeu-se a sua língua, e falava corretamente”. A multidão maravilhada, exclamou: “Ele tem feito bem todas as coisas: aos surdos faz ouvir e aos mudos falar”. A Igreja sempre compreendeu este milagre como símbolo da pessoa que, sendo incapaz de ouvir a Deus e de orar a Deus, é como que um pagão incapaz de crer e professar sua fé em Deus. Este milagre não é só uma cura física, orgânica, que possibilita a inserção da pessoa miraculada não convívio social, mas é sobretudo graça e dom salvífico que torna a pessoa uma nova criatura, capaz de ouvir a Deus, manifestar sua fé e vivê-la na comunidade. Por isso, desde a antiguidade este trecho evangélico teve um lugar privilegiado na liturgia batismal. O celebrante toca os ouvidos e a boca da criança e diz: “O Senhor Jesus, que fez os surdos ouvirem e os mudos falarem, te conceda que possas logo ouvir a sua palavra e professar a fé para louvor e glória de Deus Pai”.

– Na primeira leitura de Isaías 35, 4-7 o profeta anuncia que o Messias prometido virá trazer a salvação prometida, fazendo justiça segundo os méritos ou deméritos de cada um (cf. Rm 2,5-11), do povo da aliança trazendo-lhe a abundância de dádivas e bençãos e dos povos pagãos entregando-os a um infeliz destino. Entre as criaturas vivas abençoadas se contam os cegos, os surdos, os coxos, os mudos que poderão de novo ver, ouvir, saltar e falar.

– São Tiago, na segunda leitura, Tg 2,1-5, tem como pressuposto que a vocação dos cristãos é escutar a Palavra de Deus, e pô-la em prática. Por isso, ele diz: “Meus irmãos, a fé que tendes em Nosso Senhor Jesus Cristo glorificado não deve admitir acepção de pessoas”. No entanto, o texto não diz que se deve valorizar a pobreza como condição de eleição divina. Mas, fala com todas as letras que Deus privilegia os pobres de coisas materiais que têm grande desejo de amar a Deus, os quais podem tornarem-se ricos na fé. Nem diz que os ricos serão condenados porque possuem riquezas, mas que por causa delas podem dar causa a prática de injustiças contra os pobres.

Inspirados pelo profeta Ezequiel, supliquemos a Deus para que reponha o seu espírito sobre todas as coisas recriando a criação e sobre cada um de nós renovando a nossa vida.

Neste setembro bíblico a Igreja nos convida a um verdadeiro mutirão bíblico. Um mês inteiro de mobilização e convocação das lideranças eclesiais: bispos, padres, diáconos, catequistas, ministros da Palavra, coordenadores das pastorais, comunidades e associações para oferecerem a todos os católicos programas e ações que impulsionem e aprofundem a leitura orante, a formação bíblica e a pastoral bíblica.

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