13/07/2024 – A suave e reconfortante alegria de evangelizar

O Evangelho da santa Missa deste domingo – Mc 6,7-13 – nos permite falar também da alegria missionária. A alegria cristã deve tomar conta de todo cristão consciente, em primeiro lugar, pela satisfação de conhecer Jesus Cristo e, em segundo lugar, de poder testemunhá-Lo mediante a vivência coerente com o Evangelho e de anunciá-Lo explicitamente mediante a participação na obra evangelizadora da Igreja. Por isso, a alegria cristã é uma alegria missionária. No Evangelho, São Marcos acentua as instruções que, com muitos detalhes, Jesus deu aos discípulos antes de enviá-los à primeira experiência missionária: “Não levem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura, nem duas túnicas; andem, porém, de sandálias […] Quando entrarem numa casa, fiquem ali até a partida. Se em algum lugar não vos receberem, quando sairdes, sacudam a poeira dos pés como testemunho contra eles”. Os apóstolos, porém, voltaram desse estágio pastoral cheios de alegria.

Sabemos que Jesus enviara à missão ora os doze ora os setenta e dois. São Marcos fala que naquela oportunidade Ele enviou apenas os doze apóstolos. E que, cumprindo a ordem de Jesus, eles “pregaram que todos se convertessem. E expulsaram muitos demônios e curaram numerosos doentes, ungindo-os com óleo”. Segundo São Lucas, Jesus enviou setenta e dois discípulos à sua frente, dois a dois, a toda cidade e lugar aonde Ele próprio deveria ir (cf. Lc 10,1). Todos eles, porém, os doze e os setenta e dois, voltaram da missão cheios de alegria. Lucas diz que eles, entusiasmados, fizeram o seguinte comentário para Jesus: “Senhor, até os demônios se nos submeteram quando os expulsamos em vosso nome”. Jesus lhes disse: “Contudo, não vos alegreis porque os espíritos se vos submeteram; alegrai-vos, antes, porque vossos nomes estão inscritos nos céus” (Lc 10,17-20).

É o santo Padre o Papa Francisco quem, recentemente, nos conclamou a buscar a conversão pastoral a fim de recuperarmos “a suave e reconfortante alegria de evangelizar, mesmo quando for preciso semear entre lágrimas” (A Alegria do Evangelho, n.10). Nessa sua Exortação Apostólica, no n.20, o Papa fala assim: “Na Palavra de Deus, aparece constantemente este dinamismo de ‘saída’, que Deus quer provocar nos crentes. Abraão aceitou o chamado para partir rumo a uma nova terra (cf. Gn 12,1-3). Moisés ouviu o chamado de Deus: ‘Vai; Eu te envio’ (Ex 3,10), e fez sair o povo para a terra prometida (cf. Ex 3,17). A Jeremias disse: ‘Irás aonde Eu te enviar’ (Jr 1,7). Naquele ‘ide’ de Jesus, estão presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja, e hoje todos somos chamados a esta nova ‘saída’ missionária. Cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhes pede, mas todos somos convidados a aceitar este chamado: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho”.

O renovado encontro com Jesus Cristo pelo aprofundamento do conhecimento de seu amor que excede toda a ciência é sempre o ponto de partida para o impulso missionário; é também a “fonte energética” que desperta a alegria e o entusiasmo para a pastoral missionária, mesmo quando for preciso semear entre lágrimas. Somente a partir do conhecimento do amor de Cristo por nós é que poderemos encontrar forças para permanecermos firmes na busca da perfeita comunhão com Deus e com os outros. Os Bispos reunidos em Aparecida insistiram em reafirmar que a Igreja, como um “comunidade de amor”, “cresce não por proselitismo, mas por atração: como Cristo atrai tudo para si com a força do seu amor. A Igreja atrai quando vive em comunhão, pois os discípulos de Jesus serão reconhecidos caso se amem uns aos outros como Ele nos amou” (DAp, 159). Tendo presente a alegria dos discípulos que voltaram entusiasmados da missão, pode-se dizer: Sim, a alegria do Evangelho é missionária.

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