Celebramos neste domingo a festa de São Pedro e São Paulo. São Pedro sempre foi visto como o cuidador zeloso da fé e da caridade para os irmãos e irmãs, de então e de hoje. e o garantidor da unidade e comunhão de todos na Igreja de Cristo. São Paulo o foi como o grande líder missionário que levou o Evangelho aos pagãos e se tornou o fundador das comunidades de fé, implantando a Igreja de Cristo em todas as nações. Por seus carismas fundamentais e complementares, Pedro e Paulo são considerados “Colunas da Igreja” e chamados também de “príncipes dos Apóstolos”, distinguindo-se Pedro, porém, pela prerrogativa do Primado. No Evangelho da Missa – Mt 16, 13-19 – Simão Pedro professou a fé em Jesus Cristo, dizendo: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Jesus, por sua vez, lhe respondeu: “Por isso Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. Embora na Liturgia a festa seja de Pedro e Paulo, no entanto, popularmente, comemoramos agora São Pedro, com toda pompa, e São Paulo o festejamos a cada 25 de janeiro.
São Pedro é um dos santos “juninos” mais populares, junto com Santo Antônio (dia 13) e São João (dia 24). Os três são comemorados, alegremente, desde tempos antigos, pelo nosso povo. O culto a esses três santos é dos mais populares da nossa história brasileira. São festejados com muita reza, novena e devoção nas Igrejas e procissões. E nas praças e ruas, com muita música, cantos, danças, quadrilhas, rojões, fogueiras, pipocas, paçocas, quentão. Tudo para a maior glória de Deus, a maior alegria do povo de Deus e o fortalecimento dos valores da família, da religião, da cidadania.
Que me desculpem os que não gostam dos santos e santas católicos. Digo-lhes: Relaxem e venham para a festa. Quase todo mês temos algum santo padroeiro a festejar em nossas comunidades de fé. Os santos e santas não tomam o lugar de Deus, e festejá-los enaltecendo sua fé, seu amor a Deus e aos outros, seu heroísmo de vida cristã, não é idolatria. É, isso sim, celebrar o mistério de Cristo. São heróis da fé pela graça de Deus e os merecimentos do Cristo Redentor. O mérito deles é o de terem permitido que a mão de Deus fosse trabalhando neles a santidade e a perfeição até se aproximarem da santidade e perfeição de Jesus Cristo. Eles se deixaram trabalhar por Deus mesmo, foram obedientes, humildes, dóceis. O mérito deles foi terem entendido que Deus, aos que Ele ama, educa, corrige, prova. Mas foram também pró-ativos, isto é, fizeram a parte que lhes cabia, esforçaram-se para corresponder ao dom da graça. Todos pagaram o preço com grandes sacrifícios, renúncias, entregas, e muitos até com a própria vida, suportando tudo por causa do Nome de Cristo.
Uma das notas da verdadeira Igreja de Cristo é a “Apostolicidade”. A Igreja tem sua origem em Cristo mediante a pregação e o testemunho dos Apóstolos. Eles fundamentam a nossa fé. Por isso rezamos no “Credo”: “Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica”. A fé da nossa Igreja, e portanto, a nossa fé, veio da pregação e do testemunho dos Apóstolos e vem conservada e difundida por seus legítimos sucessores. A “pedra angular” da Igreja é Cristo (cf. Ef 2,20), mas Pedro foi escolhido por expressa vontade de Cristo para ser a “pedra visível” da unidade da Igreja. Jesus concedeu a Pedro o “primado” entre os apóstolos, como ouvimos no Evangelho. Pedro é verdadeiramente o primeiro entre os irmãos. Na despedida de Jesus na última ceia, Jesus disse expressamente estas palavras: “Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos peneirar como trigo; Eu, porém, orei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça. Quando, porém, te converteres, confirma teus irmãos” (Lc 22, 31-32). Pedro exerceu esse seu ministério não porque fosse o melhor nem o mais perfeito ou mais inteligente do que os outros, mas pela graça de Deus e pelo poder do Espírito Santo que o fortaleceu. Pedro é o fundamento e o sinal visível da unidade e comunhão da Igreja de Cristo. Como lemos em Mateus 18,18, sabemos que Pedro recebeu o ministério pastoral de “atar e desatar” na Igreja, isto é, de governar, ensinar e julgar, em colegialidade com os demais Apóstolos, sendo ele, porém, “cabeça” dos Apóstolos. O ministério “petrino” se mantém na Igreja, através dos tempos, pelos sucessores de Pedro, os Papas. O ministério de Pedro, que o Papa Francisco exerce, hoje, na Igreja, é o primado do serviço e da caridade na Igreja de Cristo. O Concílio Vaticano II confirmou essa doutrina tradicional da Igreja: “Assim como, por disposição do Senhor, São Pedro e os demais Apóstolos formam um só Colégio apostólico, de modo análogo se unem entre si o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e os Bispos, sucessores dos Apóstolos, estão unidos entre si” (Lumen Gentium 22,1). Os santos e santas nos convidam a imitá-los. São exemplos de vida a serem seguidos. São modelos de identificação que atraem ao seguimento de Jesus, que estimulam à convivência na comunidade, que impulsionam à missão e ao serviço da caridade. Neste domingo oramos especialmente pelo nosso Papa Francisco para que o Senhor o abençoe, o proteja e o fortaleça no exercício do seu ministério apostólico à frente da Igreja. É também o dia propício para orarmos para que haja logo um só rebanho sob um só pastor visível, a fim de que o mundo inteiro creia em Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo, o enviado do Pai (Jo 10,16; 17,21).
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